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Com a Graça de D-us
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Vários alimentos simbólicos são ingeridos na refeição da primeira noite de Rosh Hashaná, e um pedido é recitado para cada alimento. Este costume é baseado em um ensinamento talmúdico: "Presságios são significativos; por isso cada pessoa deveria comer no início do ano abóboras, beterrabas, tâmaras e alhos-poró." |
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Maçã | |||
| Mergulhamos uma fatia de maçã doce no mel, recitamos a bênção da fruta (Borê Peri Haêts) e falamos: "Yehi ratson milefanêcha shetechedêsh alênu shaná tová umetucá". "Possa ser Tua vontade renovar para nós um ano bom e doce ". |
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Chalot | |||
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As chalot servidas em Rosh Hashaná são redondas, símbolo de continuidade e eternidade, como o círculo que não tem começo nem fim; sem ângulos, nem arestas, um pedido para um ano sem conflitos. Costuma-se mergulhar o pão no mel em vez do sal habitual, em todas as refeições desde Rosh Hashaná até o sétimo dia de Sucot. |
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Mel | |||
| O valor numérico da palavra "dvash" (mel) equivale ao valor de "Av Ha'Rachamim" (Pai Misericordioso): assim o mel representa a esperança de que a sentença decretada pelo Supremo Juiz seja amenizada pela Sua compaixão | ||||
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Frutas e alimentos especiais | |||
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É costume comer carne e vinho doce ou qualquer bebida doce nesta refeição, para ter um ano farto e doce. Na segunda noite de Rosh Hashaná, imediatamente após o kidush, costuma-se ingerir uma fruta nova, a primeira vez que comeríamos nesta estação, a fim de pronunciarmos a bênção de Shehecheyánu. Há quem costume recitar uma prece especial (Yehi ratson) antes de ingerir qualquer um dos seguintes alimentos. Conforme o costume Chabad, Yehi ratson só é recitado ao ingerir a maçã com mel. Os sefaradim colocam no centro da mesa uma cesta (Traskal) contendo diferentes espécies de frutas que contém muitas sementes, para que as boas ações sejam numerosas no ano vindouro além de alimentos especiais entre os quais maçã, alho poró, acelga, tâmara, abóbora ou moranga, feijão roxinho, romã, peixe e cabeça de carneiro (que pode ser substituída por língua de boi ou cabeça de peixe). Antes de ingerir cada um dos nove alimentos recita-se um "Yehi Ratson" especial: |
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Alho-Poró | |||
| "Yehi Ratson milefanêcha sheyicaretu oyvêcha vessoneêcha, vechol mevacshê raatênu". "Possa ser Tua vontade que sejam exterminados Teus inimigos e Teus oponentes e todos aqueles que querem nosso mal". |
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Acelga | |||
| "Yehi Ratson milefanêcha sheyistalecu oyvecha vessoneêcha, vechol mevacshê raatênu". "Possa ser Tua vontade que sejam removidos Teus inimigos e Teus oponentes e todos aqueles que querem nosso mal". |
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Tâmara | |||
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Costuma-se ingeri-la para que acabem nossos inimigos (em hebraico, yitámu, parecido com tamar). |
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Abóbora, moranga ou cenoura | |||
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A palavra "mern", em yidish, pode ser traduzida como "cenoura" e também como "se multipliquem". Por isto comemos cenoura - para que os méritos se multipliquem. |
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Feijão roxinho | |||
| "Yehi Ratson milefanêcha sheyirbu zechuyotênu". "Possa ser Tua vontade que nossos méritos se multipliquem". |
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Romã | |||
| Costuma-se ingerir em sinal para que aumentem nossos méritos como os caroços da romã. Há uma explicação que a romã possui 613 caroços - o número das mitsvot da Torá. "Yehi Ratson milefanêcha sheyirbu zechuyotênu carimon". "Possa ser Tua vontade que nossos méritos cresçam em número como [as sementes] da romã". |
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Peixe | |||
| "Yehi Ratson milefanêcha shenifrê venirbê cadaguim; vetishgach alan beená pekichá". "Possa ser Tua vontade que nós nos frutifiquemos e nos multipliquemos como peixes; e cuida de nós com olho aberto [atentamente]". |
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Cabeça de carneiro, língua ou peixe com cabeça | |||
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Costuma-se ingerir um destes alimentos para que sejamos cabeça e não cauda: |
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Ingredientes que devem ser evitados | |||
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Não se come nada temperado com vinagre em Rosh Hashaná ou raiz forte para não ter um ano amargo. Nozes também não devem ser ingeridas nestes dias. Um dos motivos é porque as nozes provocam pigarro que pode atrapalhar as orações do dia; outro motivo é que o valor numérico da palavra egoz (noz) corresponde ao da palavra chet (pecado) sem o alef. (fonte: chabad.org.br) |
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Por que o mês de Tishrei foi escolhido como o mês no qual D'us julga a humanidade a cada ano?
R: O Homem foi criado no primeiro dia de Tishrei. Por este motivo D'us achou justo julgá-lo cada ano por ocasião do aniversário da Criação. Conta-nos o Midrash, que foi no primeiro dia de Tishrei que Adam (Adão) pecou e que D'us lhe falou: "Do mesmo modo como neste dia tenhas permanecido perante Mim para julgamento, neste dia teus descendentes serão julgados e perdoados."
O mazal do mês de tishrei é balança. Isto nos indica que as ações do homem são "pesadas" na "balança" do julgamento durante este mês.
Por que Rosh Hashaná é comemorado por dois dias mesmo em Erets Yisrael?
R: Rif e outros comentaristas explicam que as datas dos outros iamim tovim caem depois de Rosh Hashaná, então o Sanhedrin possuía um tempo hábil para avisar o dia correto de Rosh Hashaná (a partir do qual contava-se até o Yom Tov). Contudo, como Rosh Hashaná coincide com Rosh Chôdesh o Sanhedrin não podia divulgar a data exata de Rosh Hashaná e por este motivo a festa era celebrada no trigésimo e trigésimo primeiro dia após Rosh Chodesh Elul. Uma vez estabelecido, o costume não foi modificado.
Por que Avinu Malkênu é omitido no Shabat?
R: Uma vez que não fazemos nossos pedidos específicos e particulares em Shabat e, a maior parte desta tefilá consiste em pedidos, a omitimos, da mesma forma que as 13 berachot intermediárias da Amidá feitas durante a semana que também são omitidas no Shabat.
Por que a confissão dos pecados está no plural e não no singular?
R: Rabi Yitschac Luria, responde que Israel é um corpo, do qual cada um e todo judeu é parte integrante. Todos os membros deste corpo são responsáveis pelo todo, assim como eu sou responsável por meu irmão. Podemos comparar a situação com o caso de alguém que faz um furo em um barco e responde ao protesto dos companheiros de viagem da seguinte forma: "Que é que vocês têm com isso? O buraco está debaixo do meu banco!" E os outros lhe respondem: "Tolo! Não entende que, uma vez que a água entra pelo furo debaixo de seu banco, ela acabará inundando o barco todo e todos nós nos afogaremos?"
Por que algumas pessoas se abstêm de dormir na tarde de Rosh Hashaná?
R: Por causa da declaração do Talmud: "aquele que cochila no começo do ano, adormece sua sorte".
Por que recitamos o cântico Halel em todas as festas, exceto em Rosh Hashaná e Yom Kipur?
R: No Talmud (Rosh Hashaná 32b) consta que Rabi Abbahu declarou que os malachim fizeram esta mesma pergunta a D’us que lhes respondeu: "É possível que o Rei esteja sentado no Trono da justiça, com os livros da vida e da morte abertos perante Ele, e Bnei Yisrael entoe cânticos de louvores?"
Qual é a origem de Avinu Malkênu, que é recitado durante os Dez Dias de Arrependimento?
R: O Talmud relata que certa vez Rabi Eliezer recitou vinte e quatro bênçãos para que o Senhor fizesse chover, mas elas de nada adiantaram. Em seguida, Rabi Akiva subiu ao púlpito e disse: "Avinu Malkênu (nosso Pai, nosso Rei): Tu és nosso Pai! Nosso Pai, nosso Rei: Não temos outro Rei além de Ti! Nosso Pai, nosso Rei: Nós pecamos diante de Ti! Nosso Pai, nosso Rei: Tem misericórdia de nós! Nosso Pai, nosso Rei: Trata-nos bondosamente, por causa do Teu Nome". E suas preces foram atendidas imediatamente.
Estas tocantes súplicas acabaram sendo incorporadas ao texto litúrgico durante os Dez Dias de Arrependimento. No decorrer dos séculos seguintes, outros versículos, todos começando com "Nosso Pai, nosso rei", e implorando a D'us para nos dar vida e perdão, foram acrescentados.
Por que o shofar tem que ser curvado?
R: Para nos lembrar que temos que nos curvar e sermos humildes perante D’us e fazer a Sua vontade, qualquer que seja ela.
Por que é preferível escolher o chifre de carneiro como shofar?
R: Depois que Avraham mostrou-se disposto a sacrificar seu próprio filho naquele Rosh Hashaná e foi impedido pelo anjo e por D’us, Avraham usou o carneiro que encontrou em uma moita próxima ao local, que havia sido propositalmente deixado lá por D’us. Isto nos lembra de seguir os passos de Avraham e Yitschac e obedecer D’us, mesmo quando nos parece difícil ou impossível. Também pedimos à D’us para lembrar o mérito da akeda e de Avraham e Yistchac para sermos abençoados para um ano bom e doce.
Por que não usamos o chifre de vaca como shofar?
R: A Mishná em Rosh Hashaná (26a) explica que um chifre de vaca não é chamado de shofar, mas sim de keren. Das leis de Yom kipur do Shanat Yovel aprendemos que o instrumento que usamos em Rosh Hashaná deve ser um shofar. A Guemara chama a atençnao para o fato que a vaca nos lembra do Het Haeguel, pecado do bezerro de ouro, e não é apropriado lembrar D’us desse pecado quando estamos pedindo perdão pelas nossas falhas, usando um chifre de vaca.
Uma vez que as mitsvot devem ser cumpridas o mais cedo possível, por que adiamos o toque do shofar ao ivés de tocá-lo logo ao chegarmos à sinagoga, junto às primeiras preces da manhã?
R: Quando os judeus estavam subordinados ao governo romano, estes receberam uma denúncia de que os judeus planejavam uma revolução baseada no fato de que o shofar estava sendo tocado logo cedo naquela manhã. Os romanos pensaram que tratava-se de um sinal para o armamento e em consequência tropas foram enviadas à sinagoga onde houve um grande massacre.
Os sábios, temendo que isto se repetisse mudaram o horário do toque do shofar para mais tarde para que ficasse claro que tratava-se de parte das orações. Mesmo após a queda do império romano decidiram manter este costume como lembrança do messirat nefesh dos judeus em cumprir as mitsvot.
Por que a tefila de tashlich é recitada perto de um local com água?
R: Um dos motivos é por que o mar é mencionado nesta tefilá.
O Midrash Tanchuma também relata que quando Avraham levou seu filho Yitschac para ser sacrificado o satan tentou impedi-lo de várias formas, entre elas transformando-se em um rio. Avraham não deixou-se intimidar pelo obstáculo continuando a andar até que as águas atinfgiram seu pescoço e ele pediu ajuda para D'us; o rio desapareceu imediatamente e ele pode continuar seu caminho. Desta forma a água nos lembra o sacrifício que também ocorreu em Rosh Hashaná.
Antigamente os reis eram ungidos perto dos rios simbolizando um reinado contínuo como o curso das águas dos rios, assim, da mesma forma coroamos a soberania de D’us, Rei do universo, indo a um local que tenha água. Em Nechemia (Cap. 8) encontramos Ezra e Nechemia reunindo os judeus em Rosh Hashaná perto de um local com água com o intuíto de fortalecer a observância da Torá e mitsvot.
Por que deve ter peixes nas águas onde recitamos tashlich?
R: O homem é comparado ao peixe: assim como o peixe é pego pela rede sem perceber, o homem pode ser pego pela rede do pecado sem perceber, no entanto pode "sair" dela através da teshuvá; da mesma forma que os peixes se multiplicam em grande número e são protegidos em seu habitat, rezamos para sermos multiplicados em número e força sob a constante proteção Divina; assim como os peixes não são afetados por ayin hara, assim pedimos a D’us para não sermos afetados por ele, e como os peixes que têm seus olhos constantemente abertos, esperamos que D’us esteja sempre com olhos aberto, ao nosso lado, nos protegendo.
(chabad.org.br)
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Lag Baômer significa “33º do Ômer," pois este é o 33º dia da "Contagem do Ômer" que tem a duração de 49 dias, conectando Pêssach a Shavuot, e interligando a jornada dos judeus na saída do Êgito até a chegda ao Monte Sinai. No calendário judaico, este corresponde ao 18º dia do mês de Iyar.
Lag Baômer celebra a vida e os ensinamentos de dois dos mais notáveis Sábios da história judaica: Rabi Akiva e Rabi Shimon bar Yochai.
Rabi Akiva
Rabi Akiva viveu na Terra Santa em uma das épocas mais difíceis de nossa história: a geração seguinte à da destruição do Templo Sagrado (no ano 69 da Era Comum) e a impiedosa perseguição dos judeus pelos romanos. Os Romanos proibiram o estudo de Torá e a prática do Judaísmo sob pena de morte. Rabi Akiva, que estudara com os maiores Sábios da geração anterior, desafiou os Romanos transmitindo o que havia recebido a seus discípulos, garantindo assim a sobrevivência da Torá. De fato, todo o corpo da Lei da Torá (mais tarde registrado na Mishná e no Talmud) pode ser seguido até os ensinamentos de Rabi Akiva e seus discípulos.
Até a idade de quarenta anos, Rabi Akiva foi um pastor analfabeto. Mas Rachel, a bela e piedosa filha do abastado cidadão de Jerusalém cujos rebanhos Akiva pastoreava, reconheceu seu potencial, e prometeu desposá-lo se ele devotasse a vida ao estudo de Torá. Ao pastorear as ovelhas de seu amo certo dia, Akiva encontrou uma pedra na qual havia sido cavado um profundo sulco por um fio de água. "Se gotas de água podem desgastar a rocha sólida," pensou, "certamente as palavras de Torá terminarão por penetrar na minha mente."
Akiva e Rachel casaram-se, e ele cumpriu sua promessa, dedicando-se ao estudo da Torá. Deserdados pelo pai de Rachel, os dois suportaram anos de pobreza e labuta; por fim, entretanto, o sacrifício foi recompensado: Rabi Akiva tornou-se o mais notável mestre de Torá de seu tempo, com 24.000 alunos. "Tudo aquilo que consegui, e tudo que vocês conseguiram," disse a eles, "é pelo mérito dela."
Morte entre os discípulos
Mas então uma tragédia ocorreu. A discórdia e os conflitos entre os discípulos de Rabi Akiva conduziram milhares à morte nas semanas entre Pêssach e Shavuot, dizimados por uma peste. É por este motivo que neste período não realizamos casamentos, cortes de cabelo, ou escutamos música.
Em Lag Baômer, o 33º dia da Contagem do Ômer tristeza e luto são suspensos por dois motivos: nesta data cessou a morte dos discípulos de Rabi Akiva e marca o dia de falecimento de Rabi Shimon bar Yochai. Seus ensinamentos revelaram a dimensão mística da Torá: a Cabalá, a "alma" do Judaísmo. Rabi Akiva reconstruiu sua grande Escola de Estudos de Torá, reiniciando com seus cinco discípulos sobreviventes: Rabi Meir, Rabi Yehudá, Rabi Yossi, Rabi Nechemia e Rabi Shimon bar Yochai.
Rabi Shimon bar Yochai
Como Rabi Akiva, seu mestre, Rabi Shimon sofreu perseguição por parte dos Romanos, e sua cabeça foi colocada a prêmio. Rabi Shimon precisou esconder-se com seu filho, Rabi Elazar.
Foram até as colinas ao norte de Israel, e ocultaram-se em uma caverna onde estudaram Torá dia e noite. D'us realizou muitos milagres para eles: uma alfarrobeira cresceu na entrada da caverna para alimentá-los, e a água foi fornecida por uma fonte de água fresca. Eliyáhu, o profeta, apareceu a eles, ensinando-lhes os mistérios e segredos da Torá.
Após doze anos na gruta, Rabi Shimon soube que o imperador romano que havia decretado sua morte não vivia mais. O perigo havia passado; Rabi Shimon e seu filho podiam agora deixar a caverna.
Foi em Lag Baômer que Rabi Shimon e Elazar saíram da escuridão para a luz do sol. Era primavera, e os fazendeiros estavam atarefados nos campos, arando e semeando. Porém para Rabi Shimon, esta não foi uma visão bonita. Para ele parecia uma grande tolice, talvez um pecado. O tempo do ser humano neste mundo é precioso e breve - como podia desperdiçá-lo trabalhando a terra, quando poderia devotar-se aos esplendor da sagrada Torá de D'us?
Rabi Shimon havia desenvolvido notáveis poderes durante os doze anos na gruta, e agora, ao observar com ira esta visão indesejada, os campos e árvores irromperam em chamas. Ouviu-se uma Voz Celestial, dizendo: "Você saiu para destruir Meu mundo? Volte para sua caverna!" Portanto, Rabi Shimon e Elazar retornaram à gruta por mais um ano, mergulhando ainda mais na sabedoria Divina. Foi durante este décimo terceiro ano na caverna que descobriram o segredo mais profundo da Torá: que o propósito da Criação é "Construir uma morada para D'us no mundo físico."
Aprenderam que embora o trabalho mundano do homem pareça grosseiro e inferior, a maior santidade está oculta dentro deste mundo físico. D'us deseja que transformemos o mundo material em uma morada para Ele. Uma vida totalmente devotada à Torá preenche esta finalidade, mas assim também o faz uma vida devotada a desenvolver o mundo material em conformidade com a vontade Divina. Não são todos que devem passar o tempo inteiro no estudo de Torá, como fizeram Rabi Shimon e seu filho.
Quando Rabi Shimon emergiu da caverna no Lag Baômer seguinte, não estava menos comprometido com o estudo de Torá; de fato, isso permaneceria sua "única ocupação" pelo restante de sua vida. Mas ele havia também aprendido a apreciar o valor dos caminhos na direção do cumprimento do propósito Divino, em vez do seu. Agora, seu olhar sobre o mundo curava, em vez de destruir.
Rabi Shimon Bar Yochai não apenas atingiu pessoalmente o mais elevado entendimento dos segredos da Torá, expressso em sua obra mística, o Zôhar, como tornou-se o mais ilustre mestre de Torá de sua geração. No último dia de sua vida, Rabi Shimon reuniu seus alunos e disse-lhes: "Até o dia de hoje, tenho mantido os segredos em meu coração. Mas agora, antes de morrer, desejo revelar todos eles."
O Zôhar
O Zôhar, que significa "esplendor" ou "brilho", tornou-se a base da espiritualidade ímpar da Chassidut, fundada no século XVIII por Rabi Yisrael ben Eliezer, o "Báal Shem Tov", no Leste Europeu.
O Zôhar descreve o dia da morte de Rabi Shimon como repleto de grande luz e júbilo sem fim, e a sabedoria secreta que ele revelou naquele dia aos discípulos; tanto para o mestre como para os alunos, diz o Zôhar, foi como o dia em que o noivo e a noiva se rejubilam sob a canópia nupcial. Diz-se que o dia não chegou ao fim antes de Rabi Shimon revelar tudo que lhe fora permitido revelar. Apenas então o sol recebeu permissão de se pôr; e quando isso aconteceu, a alma de Rabi Shimon deixou seu corpo, subindo aos céus.
Rabi Abba, um aluno incumbido do trabalho de transcrever as palavras de Rabi Shimon, conta: "Eu nem ao menos conseguia manter a cabeça levantada, devido à luz intensa que emanava de Rabi Shimon. Durante todo o dia a casa esteve repleta de fogo, e ninguém podia chegar perto, por causa da parede de chamas e luz. No fim do dia, o fogo finalmente arrefeceu, e pude olhar a face de Rabi Shimon. O sol se punha e com ele a alma do mestre se elevava. Estava morto, envolto em seu Talit, deitado sobre o lado direito – e sorrindo."
Rabi Shimon fora banhado em luz e fogo, pois a Torá é comparada ao fogo – "Aish HaTorá". Fogo é o material que converte matéria física em energia. Assim também, a Torá nos mostra como transformar o mundo material em energia transcendente.
Rabi Shimon bar Yochai faleceu em Lag Baômer. Antes de morrer, instruiu os discípulos para observarem seu yahrzeit, data de seu falecimento, como um dia de muita alegria e festividades.
Uma profunda lição
Rabi Akiva ensinou que "Amar p próximo como a si mesmo" é um princípio cardinal na Torá; de fato, este é o mais famoso de seus ensinamentos.
Como explicar então a morte de milhares de seus discípulos que tornaram-se os maiores exemplos dos ensinamentos de seu mestre? Como puderam tornar-se deficientes nesta área tão vital?
O Lubavitcher Rebe explica que a própria diligência deles em cumprir o preceito "Amar o próximo como a si mesmo" foi sua ruína. Os discípulos de Rabi Akiva serviam a D’us com a máxima sinceridade e devoção. Assim parecia a cada um deles que seu enfoque individual era o correto e que aos outros faltava a perfeição tentando ajudá-los, mostrando seu pensamento individual.
Nossos Sábiosdisseram que "Assim como a face de cada pessoa difere das faces das outras, assim também a mente de cada pessoa é diferente da mente de seu próximo." Quando os 24.000 discípulos de Rabi Akiva estudaram os ensinamentos de seu mestre, o resultado foi 24.000 diferentes nuances de entendimento, pois os conceitos foram assimilados por 24.000 mentes - cada uma sendo única e distinta das outras. Se os discípulos de Rabi Akiva tivessem amado menos uns aos outros, isso teria sido motivo para uma menor preocupação; mas devido ao fato de que cada discípulo esforçou-se para amar o condiscípulo como "a si mesmo" sentiu-se compelido a corrigir seu raciocínio e comportamento "errôneos", e a esclarecê-los quanto ao verdadeiro significado das palavras de seu mestre.
Cada judeu dedicado a Torá e mitsvot, embora divirja em sua maneira de servir a D’us, deve agir com bondade e respeito, e julgar sempre favoravelmente aquele que ainda se encontra distante ou afastado.
Esta foi a verdadeira lição deixada por Rabi Akiva e Rabi Shimon, provavelmente o segredo mais profundo revelado da Torá: o serviço a D’us deve ser desempenhado com verdadeira inspiração e vitalidade amando ao próximo como a si mesmo e respeitando a individualidade.
Costumes
Arco e flechas
É costume levar as criancas a passeios a parques e espaços abertos para brincar com arcos e flechas. Conta-se que durante a vida de Rabi Shimon nenhum arco-íris apareceu no céu. O arco-íris é símbolo de falha humana: conforme relatado em Bereshit, D'us, após a destruição da geração do Dilúvio, prometeu que mesmo que a humanidade tornasse a ser imerecedora Ele colocaria o arco-íris no céu como um pacto de Seu voto de jamais destruir Seu mundo novamente. Mas enquanto Rabi Shimon estava vivo, seu mérito foi suficiente para assegurar que D'us não se arrependeria de Sua criação.
O ensinamento chassídico vê outra ligação do arco: ele funciona sob o princípio de "recuar para poder avançar" - ao empurrar a flecha para trás, rumo ao próprio coração, o arqueiro a impele a uma grande distância, para golpear o coração do inimigo. A essência mística da Torá, disseminada por Rabi Shimon, funciona pelo mesmo princípio. A pessoa deve mergulhar em si mesma, recolher-se a sua essência e lá descobrirá a "centelha Divina” que possui. Esta descoberta confere o poder de derrotar o adversário mais obscuro e transformá-lo em algo bom e positivo.
Corte de Cabelo em Meron
Durante o período do Ômer é proibido o corte de cabelos em sinal de luto pelas mortes dos discípulos de Rabi Akiva. Lag Baômer, entretanto, é um dia de júbilo, no qual todo o luto é suspenso. Por esta razão em Lag Baômer há sempre muitos garotos de três anos que estão esperando desde Pêssach para terem seu primeiro corte de cabelo.
A cidade de Meron recebe centenas de meninos para a cerimônia de opsherenish, reunindo milhares de pessoas que dirigem neste local preces o ano todo, especialmente nesta época do ano. É um grande mérito realizar a mitsvá de corte de cabelo no local onde se encontram sepultados Rabi Shimon e seu filho Elazar.
Ovos cozidos
Costuma-se comer ovos cozidos em Lag Baômer, pois o ovo é sinal de luto – neste dia, em memória a Rabi Shimon Bar Yochai. Ainda em vida, ele pediu que esse dia fosse celebrado com muita alegria. Para cumprir seu pedido, enfeitamos as cascas dos ovos. Há o costume de serem cozidos com com cascas de cebola, a fim de deixá-los coloridos.
(chabad.org.br)
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Por Eliyahu Kitov
É uma mitsvá que as matsot de Pessach sejam feitas especificamente para o propósito de cumprimento da obrigação de comer matsot em Pessach, como o verso (Éxodo, 12:17) declara: Você deve guardar as matsot.
A matsá deve ser guardada para garantir que não se torne chametz, matsá que não foi guardada não pode ser usada em Pessach. Como nós "guardamos" a matsá usada em Pessach?
Desde o momento que o trigo é levado ao moinho para ser transformado em farinha, é mantido sob cuidadosa supervisão para certificar-se de que ele não tenha contato com água ou outro tipo de umidade.
Nós verificamos isso para ter certeza que o trigo esteja limpo e inteiro. A moagem, embalagem e transporte de trigo do moinho para a padaria é feita sob estrita vigilância, para assegurar que o trigo moído não entre em contato com água, e todos os utensílios para para o processamento do trigo devem estar limpos e secos.
O trigo não é cozido no mesmo dia em que foi moído, pois ainda está quente por sua transformação e portanto fermentaria e se tornaria chametz mais rapidamente.
Ele é observado enquanto está sendo amassado para garantir que isso não seja feito perto de um forno ou janela exposta ao sol, para que a massa não fique quente e fermente rapidamente.
A água que é usada para fazer a massa também é especialmente preparada e protegida. Todos os utensílios usados para preparar as matsot, desde as peneiras usadas na farinha, devem ser limpas e suavizadas a cada hora, para que nenhuma migalha do lote anterior de massa misture-se ao novo lote.
Existem inúmeras outras precauções que devem ser observadas enquanto a massa é amassada e preparada, e também sobre a colocação dela no forno para assar.
O único objetivo dessas medidas é cumprir a mitsvá de matsá. Como a matsá ordinária é guardada, da forma em que descrevemos, a partir do momento em que o trigo é moído, de que modo a matsá a que nos referimos como shemurá, vigiada.
Matsá Shemurá refere-se à matsá feita de trigo, que é guardada a partir do momento em que é colhido. Muitas autoridades afirmam que pode-se cumprir a mitsvá de comer matsá na primeira noite de Pessach usando-se somente matsá shemurá. De que consistem as extra precauções na "guarda" da matspa shemurá?
O trigo é colhido antes dos feixes estarem completamente secos, pois uma vez que o trigo esteja completamente seco, ele não retira água do solo e se ele fica molhado devido a precipitação, ele pode fermentar e tornar-se chametz mesmo que ainda esteja ligado ao chão. Os grãos de trigo são cuidadosamente examinados para se ter certeza de que não haja grãos que se separaram ou que estejam surgindo, e a colheita é cuidadosamente supervisionada para se certificar que ela não esteja úmida até que se torne farinha.
A maioria das autoridades afirmam que é suficiente guardar o trigo desde a hora em que ele está no chão, para cumprir a mistvá de comer matsá. Algumas autoridades contestam isso e alegam que o trigo deve ser protegido desde o momento que é colhido. Portanto, aqueles que são muito rigorosos na observância das mitsvot e em Pessach isso é mais comum do que durante o resto do ano, são cuidadosos para usarem apenas matsot que sejam guardadas desde o momento da colheita.
Muitas pessoas fazem questão de comer matsá shemurá pelo menos no Seder, na primeira noite de Pessach, e fora da Terra de Israel, na segunda noite também, pois é quando que existe uma obrigação de comer matsot. Não há obrigação de comer matsá durante os dias restantes de Pessach.












